Nesta semana completou um ano da morte do adolescente Felipe Santos Rocha, de 17 anos, atropelado por um carro na rodovia Washington Luís, em Rio Preto. O crime de trânsito chocou pela crueldade - o impacto foi tão forte que uma perna do garoto foi arrancada. O motorista do Hyundai I30, um advogado de 41 anos, fugiu sem prestar socorro. Ele estava acompanhado da namorada e tinha acabado de sair de uma boate. O corpo da vítima ficou na vala por 15 horas, até a Polícia Civil ser comunicada.
Passados 12 meses do crime de trânsito que chocou os rio-pretenses o inquérito policial que investiga o acidente caminha a passos lentos.
Presidido pelo delegado José Luis Chaim, do 3º Distrito Policial, a informação é que o motorista já foi ouvido e que a Polícia Técnico-Científica entregou dois laudos - a vistoria do veículo e o exame necroscópico que confirma a morte por atropelamento. Um terceiro laudo foi solicitado e está atrasado, o levantamento do local, que deve responder se o adolescente foi atropelado na pista, no canteiro central ou no acostamento.
A mãe de Felipe, Roberta Braga, não se conforma com a demora.
"Fez um ano que enterrei meu filho e até agora nada. Que país é esse? Infelizmente as leis no Brasil são muito brandas. Me entristece muito lembrar que meu filho ficou 15 horas jogado numa vala, sem qualquer chance de vida. Hoje eu vivo à base de calmantes"
O advogado que atropelou o adolescente falou pela primeira vez. Ele preferiu não dar detalhes do acidente, mas disse que está traumatizado. "Nunca matei nem um passarinho. Ainda estou tentando me recuperar. As vezes estou dirigindo e me vêm a imagem na cabeça e não é fácil não", desabafou.
O prazo para a conclusão do inquérito é dia 05 de fevereiro, mas o delegado pode pedir adiamento. Chaim está de férias e deve retornar no dia 17 de janeiro.
De Rio Preto, Joseane Teixeira.