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Joseane Teixeira
Morreu nesta quarta-feira, 07, a motociclista que teve o pescoço cortado por uma linha com cerol no bairro Lealdade.
Andrea de Cássia Pereira, de 38 anos, estava internada desde a tarde de domingo, 04, na UTI do Hospital de Base. Ela foi submetida a cirurgia, mas em virtude do corte profundo na veia jugular e da grave hemorragia, não resistiu. A morte cerebral foi constatada durante a tarde e a família decidiu não doar os órgãos da vítima.
Também nesta quarta-feira o delegado André Balura, da DIG, concluiu as investigações e identificou o dono da pipa que provocou a morte de Andréa. Ele tem apenas 11 anos.
No dia do acidente o menino também foi qualificado como vítima, o que ligava ele ao local do fato.
Testemunhas foram fundamentais para comprovar que era o garoto quem manuseava a pipa.
A linha que matou Andrea é a mais temida pelos motoqueiros: a chilena.
Enquanto o cerol é fabricado com cola e pó de vidro, a linha chilena é uma mistura de óxido de alumínio e quartzo moído, o que lhe confere poder de corte cinco vezes maior. É facilmente encontrada em mercearias.
O relatório da DIG foi entregue no 3º Distrito Policial. O responsável pelo inquérito será o delegado Renato Pupo.
Ele explica que o estatuto da Criança e do Adolescente não prevê internação para menores de 12 anos. Cabe ao delegado apurar a responsabilidade dos pais do garoto no crime.
Pupo vai solicitar a Vara da Infância e Juventude que seja aplicada multa de meio salário mínimo aos pais, em virtude da lei municipal que proíbe o uso de cerol em pipas.
O juiz Evandro Pelarin adiantou que a punição neste caso (homicídio culposo) pode variar de advertência aos pais até acolhimento da criança em abrigo, se constatada a omissão de cautela dos responsáveis.
A motociclista será velada no cemitério Jardim da Paz. O horário ainda não foi definido (até as 11h20 desta quinta, 08). Andrea deixa um filho de 18 anos.