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Segunda-Feira, 12 de Dezembro de 2016 às 03:09

PREJUÍZO - Granja em Mirassol fica 24 horas sem eletricidade

Não fosse um gerador de energia, toda a produção estaria condenada. CPFL não explicou o corte do fornecimento. FOTO: Mauro Miller

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A interrupção inesperada do fornecimento de energia na área rural de Mirassol entre a noite de sábado e a noite de domingo provocou transtornos e resultou em prejuízos financeiros para produtores rurais.

O dono de uma granja localizada na estrada municipal que liga Mirassol à Ruilândia registrou boletim de ocorrência contra a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), após ficar quase 24 horas sem eletricidade no barracão de 167 metros, onde milhares de frangos são criados.

O engenheiro civil Mauro Carvalho Miller contou em entrevista que a energia na granja acabou por volta das 21h de sábado. Pelo celular, ele tentou entrar em contato com o 0800 da CPFL para relatar o problema, mas a central de atendimento não aceita ligação feita por meio de telefones móveis.


"Eu não podia sair do sítio porque precisava garantir a segurança da produção. Somente às sete horas da manhã consegui ir para casa e de lá telefonei de um fixo para o 0800", explicou.


O produtor rural precisou acionar um gerador de energia para manter a granja em funcionamento. O equipamento consome 25 litros de diesel por hora. Como o fornecimento de eletricidade só foi restabelecido às 20h30 de domingo, foram utilizados 600 litros do combustível a um valor de R$ 1,8 mil.

Não fosse o gerador de grande potência, o prejuízo do produtor rural seria ainda maior.

"Eu perderia toda a minha produção de frangos, avaliada em R$ 40 mil. Quarenta mil é o que eu recebo pelo trabalho. A empresa contratante, que no caso é a Seara Alimentos, seria ainda mais prejudicada"

Durante o dia o engenheiro telefonou várias vezes à CPFL e recebeu como resposta que técnicos já estavam resolvendo o problema. A promessa da Companhia é que o fornecimento seria normalizado após as 13h de domingo. Às 16h48 a Central de Atendimento informou que a questão tinha sido solucionada, mas quando as luzes acenderam sem o auxílio do gerador, já era noite. Ao produtor rural a CPFL não justificou a razão do problema.

O proprietário da granja afirmou que virou rotina as quedas de energia no local. Ele adiantou que vai processar a CPFL.

"É corriqueiro. Pelo menos a cada um mês e meio falta energia. Às vezes por uma hora, duas, às vezes mais. É uma falta de respeito. Isso é falta de manutenção na rede. Eu vou entrar com uma ação judicial"

Em nota, a CPFL justificou: 


"A CPFL Paulista esclarece que a interrupção registrada na unidade do cliente em questão nos dias 10 e 11 de dezembro tiveram origem em descargas atmosféricas (raios) e interferência de árvores sobre a rede elétrica. Em situações climáticas adversas o principal motivo que leva à falta de energia são fatores externos, como quedas de árvore sobre a rede elétrica, interferência de galhos ou objetos lançados na rede pela força dos ventos, rompimento de cabos também por rajadas de vento e raios. Nas áreas rurais, de difícil acesso para os veículos das equipes, ou que necessitam de execução de obras o operações complexas, como substituição de postes e remoção de árvores de grande porte, podem levar mais tempo para que a energia seja restabelecida."


De Rio Preto, Joseane Teixeira

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