O delegado Laércio Ceneviva Filho, do 1º Distrito Policial, instaurou inquérito nesta quarta-feira, 15, para investigar ações criminosas envolvendo taxistas contra motoristas que prestam serviços para o aplicativo Uber.
A delegacia já dispõe de quatro boletins de ocorrência e dois termos circunstanciados em que motoristas particulares acusam taxistas de ameaça, agressão, dano ao veículo e até mesmo roubo.
"Ao invés de investigar caso por caso em apartado, decidi juntar todas as denúncias em um único inquérito porque há indícios de que um mesmo grupo de taxistas agiu na maioria das ações relatadas", disse o delegado em entrevista à CBN.
Ceneviva afirmou também que o caso será tratado como associação criminosa para cometimento de pelo menos cinco crimes: lesão corporal, ameaça, constrangimento ilegal, dano e roubo.
O inquérito, segundo o delegado, tem por finalidade, além de investigar crimes cometidos por taxistas, ainda coibir que outras abordagens ainda mais violentas aconteçam.
O inquérito tem prazo de 30 dias para ser concluído, mas o prazo pode ser prorrogado por mais 30 dias.
O primeiro passo é a identificação dos taxistas mencionados nas denúncias para em seguida proceder a oitiva dos suspeitos.
"Os taxistas têm todo o direito de protestar contra o aplicativo, porque o Uber realmente cobra um valor muito inferior pelo transporte, mas é necessário respeitar os limites da lei", concluiu.
Cronologia
04 de fevereiro - motorista Uber teve o para-brisa do veículo destruído por um taxista em frente à boate Santa Fé
11 de fevereiro - motorista Uber é seguido e ameaçado em frente ao bar Sampa. Vídeo do caso circulou pelo Facebook
03 de março - motoristas Uber protestam no aeroporto, onde são impedidos de buscar passageiros, e manifestação termina em quebra-pau
08 de março - pelo menos oito taxistas destroem carro do Uber em frente ao Vila Dionísio
11 de março - casal de carro é perseguido por taxista que pensou se tratar de veículo Uber.
