O que parecia um trabalho comum de patrulhamento preventivo, realizado por policiais militares do 9º Baep, resultou na prisão de um homem, em Rio Preto, que tinha matado a companheira há poucas horas, em Fernandópolis.
O corpo da vítima foi abandonado em um canavial.
Por volta das 20h desta terça-feira, 7, uma equipe patrulhava o bairro Eldorado quando, ao transitar pela rua Valentim Gentil, resolveu abordar um homem que chorava sentado em uma calçada.
O aposentado Bruno Henrique Pereira Leal, de 31 anos, apresentou versões diferentes para justificar o pranto, o que suscitou nos policiais a suspeita de que havia algo errado, além do fato de o abordado ser de outra cidade. Os PMS insistiram e o homem acabou confessando que tinha matado a companheira e se livrado do corpo.
Bruno foi colocado na viatura e levado para Fernandópolis, onde indicou o local exato onde deixou Aline Gonzales da Silva, de 30 anos.
Em depoimento, ele afirmou que teve uma discussão motivada por ciúmes e que empurrou a vítima, fazendo com que ela caísse. Aline entrou no carro e disse que iria denunciar a agressão na delegacia. Foi quando Bruno a agrediu com um soco e aplicou um “mata-leão” na companheira, asfixiando a vítima até a morte.
O homem é interditado judicialmente por problemas psiquiátricos e tinha Aline como sua curadora.
Bruno já registrava histórico de violência contra a família da vítima. Em junho do ano passado, a irmã de Aline registrou boletim de ocorrência contra o cunhado após ter seis dentes da boca quebrados com uma cabeçada desferida pelo homem durante uma discussão banal. Ela e a mãe relataram que eram frequentemente ameaças de morte por Bruno.
Ele também registra passagem por crime de trânsito.
Em dezembro de 2017, o aposentado tentou atravessar de carro a rodovia Péricles Belini, em Votuporanga, e acabou interceptando um Voyage que transitava pela via. Ele acelerou e fugiu após provocar a batida, mas foi identificado através da placa do carro que dirigia.
Aline deixa dois filhos menores, um menino de sete anos e um bebê de 1 ano e 9 meses.
A última postagem da vítima em sua rede social foi a frase: “Um dia a gente aprende”.
O homem a quem tanto ela ajudou foi preso por feminicídio, violência doméstica e ocultação de cadáver.