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Sexta-Feira, 07 de Maio de 2021 às 08:48

Percentual de mortes por Covid na faixa etária de 40 a 49 anos quase dobra

Dados são da Secretaria de Saúde de Rio Preto em comparação a 2020, que prova como a doença tem sido mais agressiva em pessoas mais jovens. Nesta semana, o Brasil chorou a perda do humorista Paulo Gustavo, que não resistiu à Covid aos 42 anos

Duração: 04:11

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Uma das pessoas que mais arrancou risadas dos brasileiros, nesta semana foi também o motivo do choro de todo país. O humorista Paulo Gustavo, conhecido por seus vários personagens hilários, como a Dona Hermínia, morreu aos 42 anos, vítima da Covid-19. O ator e diretor foi internado em um hospital do Rio de Janeiro no dia 13 de março e sofreu várias complicações. Os médicos chegaram a usar um pulmão artificial no humorista, que recebeu o melhor tratamento e, ainda assim, mesmo sem ter comorbidades, a Covid venceu a luta no último dia 4.

Assim como Paulo Gustavo, as pessoas jovens têm sido acometidas com mais gravidade pela doença, cenário que não era observado no início da pandemia. Em Rio Preto, os dados da Secretaria de Saúde apontam que 178 moradores da faixa de 40 a 49 anos morreram de Covid-19, representando 10,11% do total de vítimas no município até o último dia 16. No ano passado, o percentual de óbitos nesta faixa etária era de 5,9% ou seja, praticamente dobrou. A gerente da Vigilância Epidemiológica da cidade, Andreia Negri, comentou sobre a mudança de cenário durante live da Saúde. 

"Esses óbitos se deslocaram. Como a gente vem alertando à população está aumentando a internação em jovens. Estamos observando também aumento de óbitos nos mais jovens. No ano de 2021, nós tivemos mais internações e mais mortes nesta faixa etária mais jovem". 

Uma das vítimas foi o professor universitário e cineasta Hunfrey Borges, que morreu em março aos 49 anos. Myrcielly Marconato, à época casada com ele, disse que os sintomas começaram leves, iguais aos da gripe comum, depois, foram agravando até que ele precisou ser internado, apresentando complicações nos pulmões e rins. Cerca de quinze dias depois, morreu. 

"Ele começou a apresentar uma piora. Em uma segunda-feira, ele me ligou dizendo que estava se sentindo muito cansado e eu percebi que ele estava ofegante. Aí ele procurou atendimento médico e já chegou saturando muito baixo no hospital, o que indicava um comprometimento pulmonar avançado. Depois ele teve seis paradas cardíacas e morreu". 

A presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira e médica do Hospital de Base, Suzana Lobo, explica que a gravidade em pessoas mais jovens se dá por dois fatores: as novas variantes do vírus e a falta de cuidados com uso de máscaras e distanciamento social. 

"Isso a gente está observando desde janeiro, tanto no dados de Rio Preto como de outros lugares: um aumento nas faixas etárias mais jovens. Quanto à diminuição nos mais velhos se deve ao avanço da vacinação. Mas a incidência grave da doença nos mais jovens se deve a dois fatores: a maior circulação porque esse público sai para trabalhar e as aglomerações desnecessárias".

É imprescindível que as pessoas continuem utilizando máscara e mantendo o distanciamento social. Somente a vacinação poderá controlar a pandemia. 

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