Vivendo
uma experiência nova na carreira, o técnico Eduardo Baptista do Mirassol, que
sempre trabalhou em clubes de série A ou B comanda o ‘Leão’, que atualmente
disputa a quarta divisão nacional e ainda busca firmar o nome no cenário do futebol
brasileiro. Aos 48 anos, ele tem passagens na carreira, entre outros clubes,
por Fluminense, Athletico-PR, Palmeiras, Coritiba e Sport. O comandante até
tentou ser jogador. Não conseguiu, mas não largou o caminho do futebol. Se
transformou em preparador físico no Guarani em 1998, depois auxiliar, até
assumir definitivamente o banco de reservas do Sport em 2014.
“A
minha experiência no futebol vem desde quando eu nasci. Meu pai [Nelsinho
Baptista] é um ex-atleta. Depois acabou virando treinador e exerce até hoje. Então
a minha família toda é de atletas e eu nasci nesse meio. Como todo filho de
atleta, tentei ser jogador, joguei até a chegar a me profissionalizar, mas as
coisas não aconteceram e eu parti para o lado dos estudos. Fui estudar porque
eu queria estar dentro. E o caminho mais rápido que eu enxergava era na
preparação física. Mas sempre tive um olhar para a parte técnica, sempre
procurei entender, busquei aliar os trabalhos e graças a Deus hoje é tudo
assim. A parte física e a parte técnica andam juntas. Na época que eu iniciei ainda eram dois componentes totalmente diferentes, que trabalham separados. Há
27 anos eu, quando comecei, já visualizava esse modelo onde você trabalha tudo
junto”, conta.
E
o pai, hoje trabalhando no Japão, claro, é o grande espelho. “O Nelsinho me
dava total abertura na parte técnica, na tática e naturalmente acabei virando,
além de preparador físico, auxiliar dele, onde participava ativamente das decisões
técnicas, táticas, de gestão. Acho que tudo isso me preparou para a carreira de
treinador. Eu tive uma bagagem muito grande desde que eu nasci. Palavras como
disciplina, organização, desde os primeiros anos de vida eu escuto isso e a
gente trouxe para dentro do campo. Buscamos, lógico, ir se atualizando,
mas colocar todos esses ensinamentos, esse aprendizado para que possamos fazer
o melhor possível”, explica Baptista.
PRIVILEGIADO
Aliás,
ter um grande treinador como pai e mestre, é algo muito valorizado pelo
comandante do Mirassol. Ele também cita outros treinadores que admira. “Eu tenho
a felicidade de ter um grande mestre como pai. Isso é para poucos. Tenho um
contato diário ‘pai-filho’ nesse momento de pandemia com ele longe da gente. Uma
preocupação muito grande com tudo o que aconteceu. E toda a conversa a nível de
família, particular, o futebol nunca fica fora. A gente conversa bastante. Ele
está num futebol um pouco diferente do que é disputado no Brasil. É uma outra
escola. Mas a gente se fala bastante, discute coisas da nossa atualidade. Ele
acompanha mais o Campeonato Brasileiro do que eu acompanho o Japonês. Mas eu
trabalhei seis anos lá e o aprendizado é total. Trabalhei ao lado dele no banco
de reservas, no dia a dia. Então não tem como ele não ser uma referência para
mim. Porém, embora filho, acredito que passei muita coisa para ele e acabamos
crescendo juntos. Mas tem outros que são referências como Tite, que é meu amigo.
De fora o Guardiola, tem o Simeone. Então a gente observa, tenta
aprender e trazer para o nosso trabalho o melhor de cada um”, revela Eduardo
Baptista.
RODADA
Pela
segunda rodada da quarta divisão nacional o Mirassol de Eduardo Baptista volta
a campo neste sábado (26). O time enfrenta a Cabofriense em Cabo Frio (RJ), no
estádio ‘Correão’ às 15h.
GRUPO
A
equipe mirassolense está no grupo A-7 na primeira fase, ao lado de, além do
Bangu, Cabofriense-RJ, Cascavel-PR, Ferroviária, Nacional-PR, Portuguesa-RJ e
Toledo-PR. Na classificação, Ferroviária e Portuguesa lideram com três pontos,
Cabofriense, Cascavel, Bangu e Mirassol tem um e Nacional e Toledo zero.
Pelo regulamento, o campeonato é disputado por
64 equipes divididas em oito grupos de oito. Elas se enfrentam em jogos de ida e
volta e as quatro melhores de cada chave se classificam para a segunda fase.