Virou caso de polícia um procedimento estético para
eliminação de gordura localizada que resultou em reação alérgica na paciente. A
vítima, uma autônoma de 38 anos, disse em depoimento que vai ter que passar por
cirurgia plástica no abdômen.
A reportagem tentou contato com a mulher por ligação e
mensagem de texto, mas ela não respondeu. No entanto, a esteticista concordou
em falar sobre o atendimento, com a condição de que não tivesse o nome
divulgado.
Ela explicou que a cliente realizou várias sessões de
hidrolipoclasia. Segundo sites especializados, “consiste na aplicação de enzimas
na área tratada. Essa solução incha as células de gordura e facilita seu
rompimento. A gordura dispersa é facilmente eliminada pelo organismo em drenagens
linfáticas”.
A última aplicação, no entanto, formou um abscesso na
cliente, que relatou o caso para a esteticista.
“Ela me mandou foto da lesão e eu pedi que viesse até a
clínica para eu avaliar. Ela não veio. Só mandou a nota da farmácia com os
antibióticos prescritos pelo médico e eu paguei. Não mencionou nada sobre
cirurgia, estou surpresa”, disse.
A profissional forneceu à reportagem da CBN um print da
conversa com a cliente comprovando o que disse.
Ela disse ainda que além de custear os antibióticos, devolveu
o dinheiro do tratamento para a cliente muito antes do registro do boletim de
ocorrência.
Perguntada sobre a situação atípica, já que não foi a
primeira aplicação que causou alergia, a esteticista disse que pode ter sido tanto um
erro no procedimento quanto um descuido da paciente no pós-tratamento:
“Por exemplo, não pode comer carne de porco, nem derivados. Isso
é muito reforçado com as pacientes. Mas como ela não voltou na clínica, eu não
sei exatamente o que aconteceu”, explicou.
Segundo o documento policial, a lesão surgiu 15 dias após a
aplicação de enzimas. A autônoma passou por três consultas médicas particulares
e na última, após a observação de que os antibióticos não estavam fazendo
efeito, foi orientada a realizar cirurgia plástica.
A esteticista afirma ter todas as autorizações para realizar as
aplicações e que trabalha no ramo há cinco anos.
O caso foi registrado como lesão corporal culposa e será investigado pelo 3º Distrito Policial.