Morreu na noite de sexta-feira, 15, no Hospital da Criança e
Maternidade, o bebê de Aracelli Amaral do Prado.
Registrado como Victor Gabriel, ele nasceu prematuro, após
uma cesárea de emergência no dia 06 de março. A criança tinha apenas cinco
meses e uma semana de gestação.
Com 780 gramas e 33 centímetros, o recém-nascido foi
retirado da barriga da mãe no Hospital de Base, porque não havia condições de
transportar Aracelli para o Hospital da Criança, em virtude do seu grave estado
de saúde.
‘Gabrielzinho’, como era carinhosamente chamado pelos avós,
lutou pela vida durante nove dias, mas não resistiu a um quadro de infecção.
Segundo o avô, Aparecido Donizeti Prado, o bebê ainda tinha uma lesão na
cabeça, decorrente da queda da mãe. Por uma infeliz coincidência, o bebê morreu
no dia do aniversário de 54 anos do avô.
Ele foi sepultado no sábado, no mesmo jazigo da mãe
Aracelli, no cemitério São João Batista.
O acidente
Na manhã do dia 27 de fevereiro, uma quarta-feira, Aracelli
Amaral do Prado, de 25 anos, se pendurou na porta do meio de um ônibus que
fazia a linha Itapema/Dom Lafayete.
Quando o coletivo transitava pela avenida dr Ernani Pires
Domingues, em um trecho de pista reta, Aracelli se desequilibrou e caiu de rosto
no acostamento.
Sem documentos pessoais, ela foi socorrida como desconhecida
para o Hospital de Base, onde passou por cirurgia para descompressão do
cérebro.
Durante os procedimentos, a equipe descobriu que ela
estava grávida. Os médicos tentaram manter a gestação até que o bebê se
desenvolvesse com condições seguras para ser retirado, mas Aracelli só piorava
e o parto precisou ser realizado. A jovem morreu no dia 10, quatro dias após o
nascimento de Victor Gabriel.
Dependente química desde os 16 anos, Aracelli passou por 13
internações. Assumidamente gay, ela engravidou duas vezes em crises de
abstinência quando, sem dinheiro para manter o vício, trocou sexo por drogas.
O primeiro filho dela, hoje com 1 ano e quatro meses, é
cuidado pelos avós.