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Terça-Feira, 07 de Maio de 2019 às 20:08

Mãe que matou bebê após o parto é condenada a 24 anos de prisão

Defesa argumentou que Andressa Beijas Molina engravidou após ser estuprada pelo tio e cometeu o crime em estado puerperal, mas um laudo técnico afastou psicose. A paternidade não foi comprovada porque o acusado desapareceu.

Duração: 04:02

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♪ clique no play e ouça a entrevista com o promotor Marco Antônio Lélis Moreira e com a advogada Marina Calanca Servo.


Após sete horas de julgamento, a auxiliar de limpeza Andressa Beijas Molina, 27, foi condenada a 24 anos e 10 meses de prisão pela morte de seu bebê, recém-nascido.

A maioria dos jurados aceitou a tese do promotor Marco Antônio Lélis Moreira de que o crime, ocorrido em fevereiro de 2017, foi homicídio qualificado sem chance de defesa da vítima. O motivo torpe foi afastado.

A advogada Marina Calanca Servo argumentou que Andressa matou o filho em estado puerperal, em que a gestante perde a lucidez em virtude das dores do parto natural e das modificações hormonais provocadas pelo período expulsivo. Nesse caso, o crime é considerado infanticídio, e a pena varia de 2 a 6 anos de detenção.

Um laudo técnico afastou indícios de psicose aguda, no entanto, a advogada contesta o lapso temporal do exame, já que, segundo especialistas, o estado puerperal pode durar minutos.

Outro ponto polêmico do Júri Popular foi a alegação de que a gestação de Andressa, assumidamente gay, foi resultado de um estupro praticado pelo tio, irmão da mãe dela.

Apesar disso, Andressa não denunciou o familiar, porque afirmou que sofria ameaças de morte. O homem foi intimado a depor na Justiça sobre a violência sexual, mas assim que soube da denúncia, desapareceu. Recentemente ele foi condenado a 14 anos de prisão por ter molestado a neta de 9 anos em 2015.

O promotor Lélis não pediu a comprovação de paternidade por exame de DNA porque não ficou convencido da alegação de estupro.

Já a defesa esbarrou no sofrimento da família, que refugou a hipótese de exumação do corpo do bebê.

Andressa afirmou que não interrompeu a gravidez porque pretendia entregar o filho para adoção.

A advogada afirmou que vai recorrer da sentença.

Após o julgamento, Andressa retornou para a penitenciária feminina de Tremembé, onde está presa há dois anos e três meses.

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