♪ clique no play e ouça a entrevista com o promotor Marco Antônio Lélis Moreira e com a advogada Marina Calanca Servo.
Após sete horas de julgamento, a auxiliar de limpeza
Andressa Beijas Molina, 27, foi condenada a 24 anos e 10 meses de prisão pela morte
de seu bebê, recém-nascido.
A maioria dos jurados aceitou a tese do promotor Marco
Antônio Lélis Moreira de que o crime, ocorrido em fevereiro de 2017, foi
homicídio qualificado sem chance de defesa da vítima. O motivo torpe foi afastado.
A advogada Marina Calanca Servo argumentou que Andressa matou o filho em estado puerperal, em que a gestante
perde a lucidez em virtude das dores do parto natural e das modificações
hormonais provocadas pelo período expulsivo. Nesse caso, o crime é considerado
infanticídio, e a pena varia de 2 a 6 anos de detenção.
Um laudo técnico afastou indícios de psicose aguda, no
entanto, a advogada contesta o lapso temporal do exame, já que, segundo
especialistas, o estado puerperal pode durar minutos.
Outro ponto polêmico do Júri Popular foi a alegação de que a
gestação de Andressa, assumidamente gay, foi resultado de um estupro praticado
pelo tio, irmão da mãe dela.
Apesar disso, Andressa não denunciou o familiar, porque
afirmou que sofria ameaças de morte. O homem foi intimado a depor na Justiça
sobre a violência sexual, mas assim que soube da denúncia, desapareceu. Recentemente
ele foi condenado a 14 anos de prisão por ter molestado a neta de 9 anos em
2015.
O promotor Lélis não pediu a comprovação de paternidade por exame de DNA porque não ficou convencido da alegação de estupro.
Já a defesa esbarrou no sofrimento da família, que refugou a
hipótese de exumação do corpo do bebê.
Andressa afirmou que não interrompeu a gravidez porque
pretendia entregar o filho para adoção.
A advogada afirmou que vai recorrer da sentença.
Após o julgamento, Andressa retornou para a penitenciária
feminina de Tremembé, onde está presa há dois anos e três meses.