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Domingo, 05 de Março de 2017 às 17:38

Legista vê indícios de abuso sexual em bebê levada morta à UPA

Após receber a notícia, delegado de plantão seguiu para a casa da família e conduziu quatro pessoas para a Central de Flagrantes.

Joseane Teixeira


A morte de um bebê de um ano na última sexta-feira no bairro Vila Toninho pode ter sido causada por circunstâncias ainda mais graves do que a relatada no primeiro boletim de ocorrência registrado.

O médico legista do Instituto Médico Legal, Walfredo Cherubini Fogaça, responsável pela necropsia da criança, identificou lesões graves na cabeça, fígado e indícios de abuso sexual. A causa da morte, indicada no atestado de óbito, é politraumatismo.

Ao receber a informação do médico legista, o delegado plantonista Eder Galavoti Rodrigues, seguiu imediatamente para a casa da família e conduziu os pais e dois amigos próximos para a Central de Flagrantes, onde prestaram depoimento.

Os homens concordaram em ceder amostra de sangue que será confrontado com o material genético colhido no corpo da criança.

No imóvel onde a família mora, os policiais civis, com apoio de investigadores da DIG, apreenderam dois colchões, um lençol e dois brinquedos - soldadinhos de plástico.

A reportagem conversou por telefone com a mãe da criança. A jovem de 19 anos, que é do Piauí e está em Rio Preto há menos de um ano, disse que não acredita na hipótese de abuso sexual.


"Nunca deixei minha filha sozinha. Era sempre eu que dava banho nela, trocava fralda, e nunca notei nada de diferente, nenhuma lesão. Os homens de casa colheram sangue e eu tenho fé que esse mal-entendido vai se resolver logo", disse.


Na noite da última sexta-feira, 03, a pequena Emanuella foi levada praticamente sem vida à Unidade de Pronto Atendimento do bairro Vila Toninho. A equipe ainda tentou reanimar a bebê, mas ela não resistiu. O médico plantonista, Dr. Danilo Germino, desconfiou de lesões no corpo da criança e chamou a polícia.

À CBN, a mãe de Emanuella relatou que a filha caiu de um sofá no dia 11 de fevereiro e ficou internada na Santa Casa até dia 13.

Nos últimos dois dias de vida a pequena expelia tudo que comia, mas a mãe pensou que Emanuella estava passando mal por conta dos novos dentinhos.


"Estava nascendo quatro dentinhos nela. Tudo o que eu dava de comida, ela vomitava. Só não vomitava líquido. Estava alimentado minha filha com leite, suco de laranja. Percebi que ela estava fraquinha, mas jamais imaginei que fosse morrer", contou.


Além da bebê, a jovem tem outra filha de dois anos.

Emanuella foi enterrada na manhã deste domingo, 05, no cemitério São João Batista.

Após o laudo do IML, o boletim de ocorrência, antes registrado apenas como abandono de incapaz, agora ganhou duas novas qualificadoras: morte suspeita e estupro de vulnerável.

O 7º Distrito Policial vai conduzir as investigações.

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