A Justiça decidiu manter presa preventivamente a mulher formada em medicina na Bolívia que exercia a profissão na região de Rio Preto utilizando dados furtados de uma médica de São Paulo.
Kelly Regiane Queiroz, de 41 anos, foi presa em flagrante na noite de segunda-feira, 23, dentro da Santa Casa de Ibirá - onde atuava desde junho como clínica geral.
À CBN, a instituição de saúde explicou em nota que recebeu uma denúncia anônima sobre suposta utilização de documentos falsos pela médica e comunicou a Polícia Civil de Ibirá.
Segundo o delegado Roberval Costa Macedo, Kelly assumiu a fraude e confessou ainda ter tirado plantão na cidade de Poloni. Sem conseguir o Revalida do diploma boliviano no Brasil, ela decidiu comprar documentos furtados para trabalhar. A dermatologista Kelly Queiroz Cardoso, que não sabia da fraude, teve a bolsa furtada em fevereiro do ano passado em São Paulo. Entre os pertences estava justamente o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina, documento obrigatório para o exercício da profissão.
A Santa Casa de Ibirá esclareceu que no ato da contratação exigiu da candidata todos os documentos pertinentes ao processo seletivo, e que foi induzida a erro.
Kelly Regiane foi presa em flagrante por exercício irregular da profissão e falsa identidade. Somados, os crimes não excedem quatro anos de prisão, por isso a mulher teve direito ao pagamento de fiança, arbitrada em R$ 5 mil pelo delegado Macedo, mas a família dela não apresentou a quantia.
Submetida a audiência de custódia na tarde desta terça-feira, 24, a Justiça converteu o flagrante em prisão preventiva - quando há provas suficientes de autoria do crime. Com a decisão, Kelly Regiane poderá permanecer presa até o final do processo. Questionado, o advogado André Nardini, que representa a falsa médica, afirmou que não tinha autorização da família para informar a respeito da linha de defesa que será adotada. Por hora ele pode solicitar a revogação da prisão através de habeas corpus ou pedido de liberdade provisória.