À pedido da defesa de Rita de Cássia da Silva Assunção, o Ministério Público concordou e o juiz Eduardo Garcia Albuquerque determinou que seja realizada a reconstituição do homicídio do sargento aposentado Cícero de Carvalho, morto à pauladas enquanto dormia, em outubro de 2018.
Para justificar o pedido, o advogado Márcio Roberto Ferrari argumenta que as ações promovidas pela cliente, presa preventivamente desde abril de 2019, divergem, e muito, daquelas contidas na denúncia, que diz que Rita ofereceu recompensa para o suposto comparsa Edinael Leme e facilitou o acesso dele à residência da família para que ele matasse o marido dela. O promotor Marcos Lélis aponta que a razão do crime seria a intenção do sargento em se separar da mulher, com quem convivia em união estável há 22 anos.
Para a defesa, não está provada a participação da mulher no crime.
O delegado Wander Solgon, responsável pela investigação, afirmou que ainda não foi comunicado da decisão, mas concorda com o pedido, em respeito ao princípio da ampla defesa.
“Se o advogado solicitou a reconstituição é porque ele acredita que pode beneficiar a cliente, Rita de Cássia. Desde o início ela nega qualquer participação no crime”, disse.
Para Solgon, é impossível dizer nesse momento se a reprodução simulada dos fatos vai confirmar o que concluiu o inquérito porque os réus estarão instruídos pelos advogados e têm o direito de não participar do exame.
“A reconstituição é mais uma prova a ser anexada no processo. Será realizada pelos peritos da Polícia Técnico-Científica, que deverão responder aos quesitos formulados pelo Ministério Público e pela defesa. Não dá pra afirmar se vai corroborar com a dinâmica apontada no inquérito. Isso vai depender do comportamento das testemunhas e dos próprios réus, caso eles decidam comparecer ao ato”, explicou.
O advogado Márcio Ferrari foi procurado, mas ainda não respondeu se Rita de Cássia vai participar da reconstituição. Mesmo que ele tenha solicitado o procedimento, a ré não é obrigada a comparecer.
A defesa de Edinael Leme, representada pelo advogado José Maciel Claro, também argumenta que é “perfeitamente possível verificar a ausência de qualquer evidência que confirme as imputações trazidas na denúncia em desfavor do acusado”. Ele pede o arquivamento do processo.
A reportagem tentou contato com o defensor na manhã desta sexta-feira, 31, mas o telefone dele estava desligado.
A data da reconstituição ainda não foi agendada, mas o juiz determinou que seja antes de 29 de setembro, dia marcado para a primeira audiência de instrução do processo.
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