Em Júri Popular ocorrido nesta terça-feira, 12, a travesti
Lavínia do Valle foi condenada a 14 anos, 9 meses e 20 dias de prisão em regime
inicial fechado pela tentativa de homicídio contra a travesti Hillary Pereira.
O crime aconteceu em junho de 2017. Também foi réu no processo o caseiro da
pensão de Lavínia, Reidinaldo Silva. Ele foi condenado a pena ainda maior: 16 anos,
8 meses e quatro dias de reclusão.
Segundo o processo, Hillary foi acusada de ter se
relacionado com o namorado de Lavínia que, para se vingar, mandou Reidinaldo
comprar álcool combustível.
Quando a vítima chegou na pensão de Lavínia no início da manhã
de 25 de junho, foi molhada com o líquido inflamável e teve o corpo incendiado.
Com queimaduras de 3º grau em 20% do corpo, sendo cabeça,
braços e principalmente tórax, Hillary ficou internada em estado grave durante
dois meses em um hospital de Bauru, especializado no tratamento de queimados.
Em virtude do ataque, ela teve cicatrizes permanentes.
Na ocasião, foi o próprio Reidinaldo quem denunciou o caso à
Polícia Civil, mas com uma versão mentirosa: que a vítima teria sido atacada
por desconhecidos, quando fazia ponto na avenida Cenobelino de Barros Serra.
Ele e Lavínia foram presos em agosto do mesmo ano, após o delegado que
investigava o caso pedir a prisão preventiva dos dois.
Os jurados aceitaram integralmente a tese do promotor José
Márcio Rossetto Leite de que o crime foi uma tentativa de homicídio triplamente
qualificado: por motivo torpe, com uso de fogo e mediante recurso que impediu a
defesa da vítima.
O promotor ainda comprovou que os réus tentaram ocultar
provas, já que orientaram outras travestis que moravam na mesma pensão a não
dizer nada para a polícia.
Para o Ministério Público, a pena fixada pela juíza Gláucia Véspoli foi exemplar.
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