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Sábado, 19 de Janeiro de 2019 às 12:01

Homem mata a esposa e cerca o corpo com fotografias do casal

Cícero Lima respondia à mensagens no celular da vítima, Juliana Landim, para que a família dela não descobrisse que a enfermeira estava morta. Com a estratégia, ele ganhou tempo para fugir para Pernambuco, mas já foi preso.

Duração: 03:54

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O primeiro feminicídio registrado neste ano, em Rio Preto, choca pela crueldade.

A enfermeira Juliana Landin Simão Gomes Lima, de 37 anos, mãe de uma menina de cinco anos, foi encontrada morta em seu apartamento na tarde desta sexta-feira, 18.

A vítima estava de bruços, no chão de um dos quartos, amordaçada e com os pés e mãos amarrados. Um enforca-gato no pescoço indica que Juliana foi estrangulada até a morte. Mas uma característica do cenário fortalece a hipótese de crime passional: ao redor do corpo haviam vários porta-retratos do casal que estava em processo de separação.

Segundo familiares, Cícero Weldo Gomes Lima, de 42 anos, combinou com a mulher, com quem foi casado por 10 anos, que sairia de casa neste sábado, 19.

O crime foi descoberto depois que funcionários do Hospital de Base, onde Juliana trabalhava, estranharam a ausência da enfermeira. Preocupados, eles telefonaram para familiares da vítima, que também receberam com surpresa a notícia de que ela estava faltando ao emprego.

Juliana não atendia aos telefonemas, mas respondia à família pelo WhatsApp. Na verdade era Cícero quem se passava pela mulher, para postergar a descoberta do feminicídio.

Nesta sexta, dois primos foram até o apartamento de Juliana, no bairro São Manoel, mas se depararam com a porta trancada. Sem saber que Cícero já estava a 2.300 quilômetros de Rio Preto, telefonaram para o homem pedindo que fosse até o local, mas ele não apareceu. Um forte odor vindo do apartamento fez com que os homens arrombassem a porta. Ao confirmar que a enfermeira tinha sido assassinada, a Polícia Militar foi acionada.

Estiveram no apartamento o delegado plantonista da Central de Flagrantes, Roberval Macedo, o chefe da DIG, Alceu Lima de Oliveira Júnior e a delegada Cristina Spir Santana, da Delegacia de Defesa da Mulher. Estima-se que o crime tenha ocorrido há dois ou três dias, porque o corpo estava em estado de decomposição.

Com apoio da Polícia Rodoviária Federal foi descoberto o paradeiro de Cícero, que acabou preso no final da tarde no município pernambucano de Buíque, onde tem familiares. Ele está sendo trazido para Rio Preto.

A filha do casal passava férias com os avós, em Nova Granada, cidade em que Juliana será sepultada neste sábado.

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