Um homem de 32 anos registrou boletim de ocorrência acusando sua ex-namorada de entregar o filho do casal, de apenas um mês de vida, para adoção, sem o seu consentimento.
A mulher, que não quis se identificar, mas que será chamada pela reportagem de Maria, contou que conheceu Patrícia Mouco, de 36 anos, quando ela ainda estava grávida.
"Eu soube pela tia de Patrícia que ela não queria a criança, porque era uma gravidez indesejada. Procurei a moça e ela disse que o pai não quis assumir, que a abandonou. Pedi para que ela prosseguisse com a gestação, porque ela falava em abortar, e me propus a adotar o bebê. Procuramos juntas uma advogada e estávamos tentando meios legais de transferir a guarda para mim", explicou.
O processo já estava em curso quando o bebê nasceu, no dia 03 de julho. Quatro dias depois, Maria levou o menino para sua casa.
Há poucos dias, na ocasião da assinatura de um papel determinante para conclusão da adoção, Patrícia se negou a assinar o documento.
"Eu ameacei devolver a criança para ela, porque sabia que era errado ficar com a guarda ilegalmente. Foi quando ela me disse que o bebê tinha um pai, e me falou do João".
O cantor João Luis Lessa Filho contou que "ficou" com Patrícia por aproximadamente dois meses, em 2017, e que após o término do relacionamento ela disse que estava grávida.
"Eu me prontifiquei a assumir a criança, mas só após teste de DNA. A Patrícia concordou, mas meu filho nasceu e eu nem fiquei sabendo. Fui descobrir um mês depois, quando a Maria me telefonou", disse.
João disse que quando foi visitar o filho, ele não estava com Patrícia em sua casa. Ela teria telefonado para a mãe, pedindo que trouxesse o menino.
"Na verdade meu filho estava com a Maria. Tenho áudios em que a Patrícia combina com a Maria que, durante as minhas visitas, a cada 15 dias, ela levaria o bebê para a casa da mãe, para eu não perceber que não era ela quem estava cuidando do meu filho".
O teste de DNA confirmou a paternidade de João. Diante do interesse do homem em assumir o filho, Maria se prontificou a ser sua testemunha no processo de guarda. Segundo os dois, Patrícia já responde a processos no Conselho Tutelar por abandono e maus tratos a outros dois filhos, ambos menores.
Na madrugada deste domingo, João compareceu na Central de Flagrantes com o filho e denunciou o caso como "entrega de filho a terceiro". O crime, previsto no artigo 238 da lei 8069/90, do Estatuto da Criança e do Adolescente, estabelece reclusão de um a quatro anos, e pagamento de multa a quem comete.
Acionado na delegacia, o Conselho Tutelar enviou uma representante e foi feita a entrega formal da criança para o pai, que vai pedir a guarda definitiva do bebê.
Maria, que estabeleceu uma relação de amor com a criança, foi convidada por João para ser madrinha.
A reportagem também telefonou para Patrícia. Sobre o caso, ela afirmou ter sido abandonada por João durante toda a gravidez e o acusou de sequestrar a criança.
Questionada sobre ter entregue o filho para outra mulher cuidar, ela encerrou a ligação.