A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava as circunstâncias e a autoria do assassinato da monitora Adriana Mello, de 29 anos, cuja ossada foi encontrada em avançado estado de decomposição em outubro do ano passado, em um pasto do bairro Vila Toninho.
Segundo o delegado Paulo Buchala Júnior, o soldador José Antônio Miranda da Silva, de 47 anos, apontado como autor de uma série de estupros na cidade, assumiu formalmente o crime.
Ele está preso preventivamente desde junho, após ter o veículo identificado por policiais civis da DEIC, com base no depoimento de uma vítima.
Segundo Buchala, apesar de presidir a investigação sobre a morte de Adriana, foi o delegado Wander Solgon quem esclareceu o caso.
Isso porque, à frente das diligências acerca dos inúmeros casos de violência sexual seguida de tentativa de homicídio e de homicídio consumado, Solgon viu semelhanças entre a morte de Adriana e o módus operandi do criminoso, que já estava sendo investigado por crimes sexuais.
A primeira delas é que o endereço do encontro da ossada é próximo ao local onde outras vítimas foram arrebatadas. A segunda, é o perfil de Adriana, que se assemelha às mulheres atacadas por José: dependente química. A terceira, é a extrema violência empregada: laudo do Instituto Médico Legal apontou que a mulher foi morta com golpes na cabeça, que provocaram fraturas no crânio.
Não foi possível apurar se houve violência sexual em virtude do estado avançado de decomposição do corpo.
Buchala explicou que recebeu o relatório de Solgon, apontando para as evidências e, diante da forte suspeita de autoria, restou a ele interrogar o suspeito, que acabou confessando o homicídio e deu detalhes do crime.
De acordo com o criminoso, ele saiu com Adriana para fumar crack e discutiu com ela sobre quem usou mais droga do outro. O soldador disse que matou a mulher com pedradas na cabeça, mas negou tê-la estuprado.
Diante da confissão, o homem foi indiciado por homicídio qualificado com motivação fútil.
Estupros e mortes
Quando Solgon e sua equipe investigava o homicídio de Sebastiana Fátima de Souza 55, ocorrido em janeiro do ano passado, surgiu um novo caso. Ao analisar o perfil dessa segunda vítima e modus operandi do crime, os policiais acenderam o alerta para as semelhanças das histórias, o que despertou a suspeita da equipe de que pudessem haver mais vítimas de um mesmo maníaco. Por isso, eles se debruçaram sobre inúmeros registros de violência sexual buscando um perfil das vítimas.
Durante esse trabalho, os policiais civis identificaram outras mulheres, na sua maioria, vítimas de estupro e tentativa de homicídio, e concluíram que o autor poderia ser o mesmo para todos esses crimes.
As Investigações concluíram que José foi responsável por violentar 17 mulheres, sendo que três delas foram mortas. Todas as vítimas foram estupradas com requintes de crueldade, causando lesões físicas e psicológicas.
Para o delegado Wander Solgon, a maior dificuldade encontrada pela equipe de investigação esteve relacionada justamente ao perfil das vítimas, visto que são mulheres em situação de vulnerabilidade, na sua maioria usuárias de drogas e moradoras de rua, o que dificultava a localização delas e, quando encontradas, as vítimas tinham medo de denunciar. Algumas sobreviventes mudaram de cidade e uma delas, até de Estado.
O inquérito sobre a série de estupros cometidos pelo homem também foi concluído com o indiciamento do soldador. José Miranda ficou preso por 20 anos, de 1997 a 2017, justamente pelo estupro e homicídio de uma mulher.
Lembre os casos:
http://cbnrp.com.br/noticias/ossada-encontrada-na-vila-toninho-pode-ter-sido-identificada
http://cbnrp.com.br/noticias/deic-descobre-identidade-de-ossada-e-revela-que-mulher-foi-assassinada
http://cbnrp.com.br/noticias/deic-prende-estuprador-em-serie-suspeito-tambem-de-homicidio
