Para a Polícia Civil, o calheiro Paulo Adriano Ito, de 34
anos, é o principal suspeito pela morte da estudante Jully Anne Esteban
Martins, de 19 anos. O corpo da jovem foi encontrado na noite desta
quinta-feira, 29, em avançado estado de decomposição, dentro da casa de
“Paulinho”, como era conhecido, no bairro São Judas, em Rio Preto.
Jully estava desaparecida desde a noite de segunda-feira,
26, quando disse para a avó que iria até a casa do homem buscar um celular.
Segundo familiares e amigos, a vítima teve um breve
relacionamento com ‘Paulinho’, mas decidiu evita-lo porque ele era muito
obsessivo. Brenda Oliveira, amiga de Jully, disse que ela foi atraída ao
endereço da morte pela promessa de um celular novo.
“O aparelho dela estava com a tela toda trincada”.
Antes de ir ao encontro do suspeito, Jully pediu que a avó
telefonasse para ela por volta das 21h, assim ela teria uma desculpa para ir
embora logo. Mas quando a idosa de 69 anos ligou no horário combinado, o
celular da neta já estava desligado.
O tio da vítima, Cássio Esteban, falou que após o
desaparecimento de Jully, amigos dela foram até a casa do suspeito, que fica a
menos de um quilômetro do endereço da vítima, no bairro Caic.
“Passamos um dia sem notícias, no segundo (quarta-feira) já
ficamos preocupados, porque ela costumava dormir na casa de amigas, mas não ficava
muito tempo sem avisar. Amigos dela que sabiam onde esse homem morava foram até
lá, mas a casa estava trancada. Também descobriram que ele não tinha ido
trabalhar”
A morte da estudante foi descoberta por um vizinho, que
sentiu um forte cheiro vindo da casa de Paulinho. Um chaveiro foi acionado e,
acompanhado da Polícia Militar, abriu o imóvel. Um corpo feminino foi
encontrado enrolado em um tapete, com um saco preto na cabeça, tendo os pés e
as mãos amarrados para trás com cadarços. No Instituto Médico Legal foi retirado
uma camiseta da garganta da vítima.
Moradores locais disseram à PM que não viam Paulinho há
aproximadamente quatro dias. Ao saber do encontro de um cadáver, Brenda avisou
a avó de Jully e elas foram juntas ao Instituto Médico Legal. Foi a amiga quem
reconheceu o corpo.
“Apesar de ela estar muito deformada, deu pra identificar
várias tatuagens que ela tinha, o piercing no nariz e umas fitinhas no
tornozelo. Eu já sentia que era a Jully que tinha sido encontrada morta, mas
vê-la naquela situação foi muito difícil pra mim”.
Para o delegado Renato Pupo, as circunstâncias da morte
colocam Paulo como principal suspeito do crime.
“Por ela ter sido encontrada na casa dele, pelo comprovado
relacionamento que tiveram, por ela ter se queixado com amigos que o Paulinho
estava obcecado por ela, tendo ameaçado se matar se a Jully terminasse o
relacionamento, por ela ter saído de casa dizendo para a avó que ia encontrar o
Paulinho e, depois disso, ele não ter sido mais visto. Tudo isso são fortes
indicativos de que ele tenha matado a estudante".
Jully cursava o último ano do ensino médio e esperava
concluir os estudos para se mudar para São Paulo, onde mora a mãe. Em Rio
Preto, ela morava com a avó.
A estudante foi sepultada na manhã desta sexta-feira, após
uma breve cerimônia no cemitério São João Batista.