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Sábado, 17 de Setembro de 2016 às 03:34

De 166 lojas do Shopping Azul, GOE apreende mercadorias de apenas uma e revolta comerciante

"Estou me sentindo perseguido. É a segunda vez que só a minha loja é fechada. Uma concorrente em frente baixou as portas sem que os policiais fizessem nada"

Duração: 03:02

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Policiais fortemente armados do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil estiveram nesta sexta-feira, 16, no Shopping Azul de Rio Preto, também conhecido como camelódromo, para apreender óculos de sol e de grau pirateados. Apesar de o espaço contar com 166 lojas sendo pelo menos 13 especializadas em venda de óculos, apenas um box teve a mercadoria apreendida. O dono do estabelecimento, Leonaldo Jorge da Silva, disse que esta é a segunda vez que apenas sua loja é alvo de fiscalização.

"A moça de um box em frente ao meu, que vende os mesmos produtos, fechou a porta na frente dos policiais e eles não fizeram nada"

A reportagem questionou o delegado Paulo Grecco sobre o fato e ele afirmou que a denúncia recebida tratava apenas do box 62.

"Enquanto autuamos uma loja, outras tantas estão baixando as portas. Pra fechar todas as saídas do camelódromo e fiscalizar loja por loja, precisaríamos de pelo menos 400 policiais e não temos esse efetivo", alegou o delegado.

Outro fato que chama atenção é a falta de contagem da mercadoria, que foi colocada em cinco sacos e lacrada.

Em operação realizada pelo GOE em março deste ano, cujo objetivo era a apreensão de celulares, todos os aparelhos foram contabilizados e especificados em boletim de ocorrência contendo 53 páginas. A contagem oficial e declaração do número em documento é um procedimento da Polícia Civil que garante à fiscalização a certeza de que o material foi em sua totalidade destruído ou até mesmo devolvido ao dono, excluídas as suspeitas de irregularidade.

Sobre essa questão, o delegado Paulo Greco respondeu que o lacre garante que os cinco sacos, contendo número desconhecido de óculos, sejam violados.

O dono do box, que assumiu não ter nota fiscal dos produtos, avalia o prejuízo em R$ 20 mil.

"Eu só quero trabalhar, como todo mundo. Tenho mulher e filhos pequenos pra sustentar. Paguei pela mercadoria, não sou criminoso. Estou comercializando da mesma forma que todos estão no Shopping Azul. Mas tenho sido vítima de perseguição, porque só meu box é fiscalizado", lamentou à reportagem.

De Rio Preto, Joseane Teixeira.

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