O ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, acusou o deputado da região Fausto Pinato (Progressistas) de exigir o pagamento de R$5 milhões para não arquivar o processo de impeachment, que terminou com a saída da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
As revelações de Cunha foram publicadas nesta sexta-feira (2) pela Revista Veja e estão em um livro, que será lançado no próximo dia 17 de abril. Na obra, "Tchau, Querida - O Diário do Impeachment" , o ex-presidente da Câmara, condenado a 15 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, faz afirmações sobre os bastidores do impedimento de Dilma Rousseff, cinco anos atrás.
Segundo Eduardo Cunha, Pinato exigiu dinheiro em troca de "facilidades". "Fausto Pinato estava disposto a arquivar, segundo o que me informava o deputado André Moura, que se tornou meu interlocutor com ele. Só que, oportunista, pediu por intermédio de Moura, R$5 milhões em troca".
A CBN procurou o deputado de Fernandópolis para comentar as acusações de Cunha. Por intermédio da assessoria de imprensa, o parlamentar afirmou o mesmo que disse à revista: "Vou ter de processar Cunha. É muito fácil ficar preso, condenado, e, depois que está enterrado politicamente, ficar falando. Por que não falou na época?”. Segundo Pinato, se trata de ilações feitas por um político que perdeu o mandato e depois foi preso.
Em outro trecho, Eduardo Cunha também afirma que o ex-presidente Michel Temer teve papel fundamental para que o impedimento de Dilma acontecesse. Segundo Cunha, Temer ,"lutou de todas as maneiras pelo impeachment de Dilma Rousseff quando era vice-presidente da República".
*NOTA DO DEPUTADO FEDERAL FAUSTO PINATO*
“Somente agora Cunha conta a sua história, supostos bastidores, os quais revelam um passado sob a ótica de seu interesse particular, deixando claro que ele tenta vingar-se de seus inimigos que não entraram no seu jogo político e criminoso.
No que refere-se ao Deputado Fausto Pinato - foi público e notório que, à época, o parlamentar, enquanto relator do processo de cassação do mandato de Cunha, apresentou seu parecer favorável pela cassação.
Quanto às insinuações de Cunha envolvendo o Deputado Fausto Pinato, tanto o então presidente da Comissão de Ética, o deputado José Carlos Araújo, quanto o ex-deputado federal André Moura (citado na reportagem como interlocutor), já declararam publicamente que as acusações contra Fausto Pinato e demais membros da Comissão de Ética são mentirosas e irresponsáveis.
Diante do exposto, nada mais é preciso argumentar, neste sentido. Mais que isso, seria contribuir com os interesses espúrios do criminoso Eduardo Cunha para atingir a honra dos seus desafetos.”
