A Polícia Civil de Palmares Paulista, localizada a 75 quilômetros de Rio Preto, instaurou inquérito para investigar um caso de vilipêndio de cadáver ocorrido no último sábado, 6.
A pedido de falsos oficiais de justiça, o coveiro do Cemitério Municipal da cidade exumou o corpo do empresário Thiago Troncoso, que havia sido sepultado horas antes.
Segundo o delegado Pedro Luís de Fenzi Carvalho, a principal linha de investigação é que os autores do crime sejam vítimas do empresário, acusado pela Justiça de praticar pirâmide financeira, que resultou em prejuízos na cifra de milhões a dezenas de investidores.
“Muitas pessoas foram prejudicadas. O velório foi com caixão lacrado, o que suscitou a dúvida de que a morte poderia ter sido forjada”, disse.
Foram duas pessoas, uma mulher e um homem, que deram ordens ao coveiro para que o túmulo fosse aberto.
“Eles disseram que precisavam fazer um reconhecimento e o funcionário, que é pessoa simples, apenas obedeceu. Como a urna estava fechada somente com uma tampa, não foi difícil abrir”, explicou.
Ainda de acordo com o delegado, o casal fez um pedido inusitado ao coveiro: que as bochechas do morto fossem apalpadas. Eles queriam eliminar qualquer dúvida a respeito do sepultamento de um corpo humano.
Após o ato, os dois suspeitos foram embora, cada qual em um carro, e o coveiro não fez nenhuma anotação sobre o atendimento. O caso só veio à tona após ele comentar com outras pessoas a respeito do ocorrido.
O delegado já têm pistas da dupla, que não mora em Palmares Paulista.
“Há câmeras de monitoramento que flagraram os dois e estamos apenas decupando as cenas para anexar as imagens como provas no inquérito”, afirmou.
Morador de Catanduva, o empresário Thiago Troncoso morreu aos 39 anos após cometer suicídio em um hotel da cidade de Balneário Camburiú, Santa Catarina.
Em pesquisa ao site do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, consta que Troncoso era investigado por possíveis irregularidades relacionadas a operações financeiras envolvendo “criptoativos”. Segundo o processo de Crimes contra o sistema financeiro Nacional, um grupo de cidadãos da região de Catanduva teria sido lesado com promessas de ganhos incríveis em aplicações, tratando-se de “pirâmide financeira”.