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Segunda-Feira, 20 de Abril de 2020 às 14:26

Casal diz ter sido agredido por policial civil durante registro de b.o.

A denúncia já está sendo investigada pela Corregedoria da Polícia Civil,em Rio Preto.

A Corregedoria da Polícia Civil instaurou procedimento administrativo para investigar a conduta de dois investigadores e um escrivão da delegacia de Irapuã envolvidos em denúncia de agressão a um casal que registrava boletim de ocorrência na unidade.

Segundo documentos os quais a CBN teve acesso, Rafael Veloso dos Santos, 34 , e a companheira Silvania Camargo, 40, compareceram na delegacia para denunciar o dono do imóvel onde moram pelo crime de exercício arbitrário das próprias razões, uma vez que, em virtude de dois alugueis atrasados, o homem teria mandado cortar o fornecimento de água e luz no endereço.

Fazia parte do contrato verbal entre as partes a utilização de um barracão ao lado da casa onde Rafael trabalhava como funileiro. O homem disse que o dono do imóvel trancou o local com cadeado, sumiu com as ferramentas de trabalho dele e ainda teria furtado um televisor e um aparelho de som da casa onde mora com a mulher.

No dia dos fatos, o casal tentou denunciar o proprietário do imóvel, mas segundo policiais civis que estavam de plantão, o sistema estava inoperante. Mesmo assim foi requisitada perícia para o imóvel. O homem alvo da denúncia também teria ido na delegacia e proferido ameaças de morte ao casal na frente de policiais militares e civis que estavam no local.

No dia seguinte, Rafael e Silvania voltaram na delegacia para concluir o registro da  ocorrência, mas revelaram ter sido tratados de forma diferente pelo investigador Roberto Calixto. Conduzidos para a sala do delegado, o referido policial teria fechado a porta e passado a insinuar que Rafael teria furtado equipamentos do proprietário do barracão. Ainda perguntou se o homem tinha antecedentes criminais e mandou o casal desocupar o imóvel.

Houve bate-boca e Rafael alega ter sido agredido pelo investigador. A mulher dele tentou intervir e teria sido atingida por um soco no olho.

Diante da confusão, outros dois policiais civis, José Edgar e Mauro, abriram a porta da sala e o casal saiu.

Ainda na delegacia, eles teriam sido coagidos a assinar o boletim de ocorrência registrado, mas se recusaram porque o investigador Calixto não incluiu no documento que o dono do imóvel teria ameaçado Rafael e Silvania com uma arma.

O casal procurou socorro médico em uma UBS de Urapuã e de lá saiu com um atestado de exame físico onde constam escoriações.

Eles denunciaram o caso na delegacia Seccional de Novo Horizonte, responsável pela cidade de Irapuã. A queixa contra o investigador Calixto foi colhida pelo delegado seccional Éder Galavoti Rodrigues.

“Registrei o depoimento dos dois, requisitei exame de corpo de delito e encaminhei o expediente para a Corregedoria da Polícia Civil, em Rio Preto, responsável pela investigação do efetivo na região”, explicou.

Ainda segundo o seccional de Novo Horizonte, o investigador continua trabalhando na unidade.

“É a Corregedoria que vai decidir se ele será afastado, transferido de cidade ou se continua trabalhando em Irapuã. Importante dizer que todos os policiais civis que estavam na delegacia serão investigados. Porque se teve alguém que agrediu, pode ter também os que foram omissos”, concluiu.

Não há câmeras na delegacia de Irapuã.

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