O mistério sobre o desaparecimento do servente Carlos Ferreira, o qual a Polícia Civil acredita ter sido vítima de um Tribunal do Crime, ganhou um novo capítulo na madrugada deste domingo, 15.
Por volta das 04h, bandidos de moto dispararam dois tiros contra a porta de entrada da casa de Carlos, onde um irmão reside temporariamente.
Wagner Ferreira, de 29 anos, que mora em São Paulo, está em Rio Preto desde julho deste ano para acompanhar a investigação sobre o sumiço do irmão mais velho. A esperança dele é que a polícia encontre o corpo, já que não há o menor indício de que Carlos ainda esteja vivo, segundo apontam as investigações da DIG.
A CBN apurou que as quatro pessoas presas temporariamente sob a suspeita de integrar um grupo criminoso que procedeu a execução do servente foram soltas recentemente. Entre eles estão a ex-mulher de Carlos, apontada como mandante do crime. Moradores locais suspeitam que os disparos desta madrugada tenham ligação com a liberação do quarteto. A ex-mulher de Carlos teria interesse em morar na residência, que está registrada em nome dos filhos do casal.
No momento dos tiros Wagner dormia em um dos quartos e não ficou ferido.
À polícia, ele afirmou que após os tiros ouviu barulho de moto deixando o local.
A reportagem tentou contato com o homem, mas o telefone dele está desligado.
Entenda o caso:
No dia 10 de julho deste ano a tia do servente de pedreiro Carlos da Costa Ferreira, de 30 anos, procurou a Central de Flagrantes de Rio Preto para denunciar o desaparecimento do sobrinho, que saiu de casa numa noite de domingo só com a roupa do corpo, deixando pra traz os dois filhos de 4 e 6 anos de idade.
Para a Delegacia de Investigações Gerais de Rio Preto, o homem de 30 anos foi morto em um tribunal do crime no bairro Nova Esperança. Quatro pessoas foram presas.
A suspeita recai sobre a ex-mulher do servente. Segundo a tia de Carlos, Jurema Marcelino, os problemas começaram em junho do ano passado, quando Carlos soube que a filha caçula era fruto de uma traição. Cansado também do envolvimento da companheira com drogas, ele decidiu se separar e pedir a guarda apenas dos dois filhos mais velhos.
Jurema conta que mesmo sabendo que não era o pai biológico da menina, Carlos tratava a criança como filha. Inconformada com a separação, a ex-mulher teria se aproveitado do afeto de Carlos pela menina para atraí-lo para a morte. Ela teria dito que a criança estava doente e que precisava de ajuda.
Carlos saiu de casa para ir no local onde a ex estava morando e desde então não foi mais visto.
Exatamente um mês após o crime, a Justiça expediu mandado de prisão temporária contra a mulher, a pedido do delegado Alceu Lima de Oliveira Júnior.
Além dela, os investigadores da DIG prenderam o amante, que seria o pai biológico da menina. No carro dele a equipe encontrou marcas de sangue. O homem nega o crime.
As investigações também apontaram a participação de dois integrantes de facção criminosa no homicídio.
Para ser executado, a ex-mulher teria dito que Carlos abusou sexualmente da filha.
Após o desaparecimento da vítima, conselheiros tutelares foram até a casa de Carlos e recolheram os dois filhos, que estão em abrigo do projeto Teia desde então.
Familiares do servente e investigadores da Polícia Civil realizaram buscas em toda área de mata que circunda o Nova Esperança, mas não encontraram nenhum vestígio do corpo.