Em menos de um mês, um grupo composto por sete pessoas, seis alunos e o técnico de uma escola da cidade de José Bonifácio, no interior de São Paulo, criou um sistema robótico para evitar aglomeração nas instituições de ensino. A ideia, criada para o "Desafio Relâmpago - Volta às Aulas", deu à equipe o título de vencedora na modalidade "Melhor Solução", do evento, organizado pelo SESI Departamento Nacional, onde mais de 120 escolas participaram, de forma virtual, no último dia 16.
Os alunos tiveram que apresentar, criar e provar a eficiência de um projeto que pudesse garantir mais segurança nas escolas para a volta às aulas, devido à pandemia da Covid-19. O técnico Rafael Perez, que supervisionou a equipe, formada por alunos do 6º e 8º ano do ensino fundamental e 1º e 2º do ensino médio, falou sobre a agilidade para criar o chamado Sistema Inteligente de Monitoramento Brasileiro de Aglomerações, ou simplesmente SIMBA: "Nós tivemos um curto espaço de tempo para realizar este projeto, que possibilita evitar aglomerações no ambiente escolar e com isso evitar o contágio pelo coronavírus na escola".
O sistema abrange um dispositivo que pode ser instalado em ambientes como a sala de aula é acionado quando alguém quer acessar outros locais da escola, indicando se aquele ambiente está lotado ou se está com a quantidade adequada de pessoas respeitando a capacidade reduzida. O SIMBA conta também com uma função para notificar quem cuida da limpeza da escola, informando quando um determinado ambiente deve ser higienizado.
A aluna do 2º ano do ensino médio do Sesi de José Bonifácio, Letícia Moreno, de 16 anos, é uma das criadoras do SIMBA. Ela conta que houve muita dedicação e aprendizado para a idealização do sistema, já que o grupo se reuniu, diariamente, de forma online: "Dedicamos muito tempo para fazer esse projeto, consultamos especialistas, aprendemos muito. É gratificante, porque estamos em um momento como esse em que precisamos respeitar as normas de segurança e o SIMBA nos garante exatamente isso".
O SIMBA não ficou só na imaginação. A equipe montou peça por peça até chegar em um protótipo, que ao ser testado na própria escola já mostrou que funciona. O custo calculado é de 395 reais cada sistema.
A princípio, a ideia recebeu apenas o título na modalidade do evento, avaliado por especialistas da área da tecnologia. Mas os criadores, orgulhosos do sistema, acreditam e esperam que o SIMBA seja tenha investimento para estar nas escolas de todo o país e oferecer mais segurança em meio à pandemia.