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Sexta-Feira, 29 de Maio de 2020 às 11:04

"Agradeço a Deus e à polícia a oportunidade de me despedir do meu filho"

A professora Maria do Socorro Mendes viajou mais de dois mil quilômetros, do estado do Maranhão para Rio Preto, pra ajudar nas buscas pelo filho, Guilherme Mendes, desaparecido há mais de uma semana. Ontem, a angústia teve fim.

Duração: 01:29

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Da redação

O encontro do corpo de Guilherme Mendes Martins na tarde desta quinta-feira, 28, colocou um ponto final na angústia de sua mãe, a professora Maria do Socorro Castro Mendes, que viajou mais de dois mil quilômetros, de Viana, no Maranhão, para Rio Preto a fim de auxiliar nas buscas pelo filho, desaparecido há mais de uma semana.

Na manhã desta sexta-feira, Maria pôde se despedir do filho, em um breve velório com poucas pessoas, ocorrido na capela do cemitério São João Batista.

O encontro do filho, no entanto, não diminui o sofrimento da mãe que ainda espera saber quem matou o jovem de apenas 19 anos e porquê.

Na tarde de ontem, policiais civis da Delegacia de Homicídios da DEIC levaram Maria até o local onde o filho dela foi encontrado. A localização coincidia com as coordenadas passadas por Guilherme, quando telefonou para uma vizinha dizendo ter sido baleado.

“Mas ele estava em um local muito escondido, no meio da mata. Não fosse o trabalho dos policiais, não acharíamos nunca. Não havia cheiro forte, que pudesse ajudar nas buscas, acredito que por causa do frio”, disse por telefone.

Segundo informações da Delegacia de Homicídios, o encontro do cadáver só foi possível com auxílio de um drone. Guilherme estava escondido entre as folhagens, numa área entre Rio Preto e Mirassol, próxima à rodovia Washington Luís.

Maria preferiu não ver o corpo do filho que, em virtude dos nove dias de desaparecimento e da exposição ao tempo, estava em estado avançado de decomposição.

Exame necroscópico deve apontar se Guilherme realmente foi baleado, conforme disse no pedido de socorro. A Polícia Civil já sabe que ele correu para dentro da mata após ser ferido, na tentativa de escapar de seus algozes.

A professora Maria do Socorro deve retornar para o Maranhão na próxima semana. Ela tem mais dois filhos, um adolescente de 16 anos e um menino de oito, que faz aniversário no mesmo dia que Guilherme: 8 de Janeiro. A criança ainda não sabe que o irmão morreu.

“Não sei como vai ser, eles eram muito apegados. Preciso reunir forças para seguir a vida, porque meus dois filhos precisam de mim”, disse por telefone com voz abatida.

Maria desconhece qualquer desafeto que possa ter motivado o assassinato do filho primogênito.

“Se até a próxima semana os policiais não conseguirem desvendar o caso, eu vou continuar acompanhando as investigações à distância. Mas eu tenho esperança de voltar para casa com todas as respostas que eu preciso”, concluiu.

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